A Ilha do Pico, situada no coração dos Açores, é um destino imperdível para os amantes da natureza e da aventura. Conhecida por albergar a montanha mais alta de Portugal, esta ilha oferece muito mais do que paisagens deslumbrantes. Ao longo de quatro dias, exploramos vinhas protegidas pela UNESCO, participamos em emocionantes observações de baleias e golfinhos, e mergulhamos na cultura local. Este roteiro detalhado irá guiá-lo pelas principais atrações da Ilha do Pico, garantindo uma experiência inesquecível.
Este roteiro é parte duma viagem efetuada aos Açores durante 10 dias, sendo que 5 dias foram passados no Faial e Pico e os restantes foram passados em São Miguel.
Faial mantêm ainda aquela aura de terra selvagem por descobrir, embora atualmente seja muito mais fácil chegar a estas ilhas do grupo central e já estejam muito mais desenvolvidas, oferecendo imensas opções de alojamento local e de atividades para os visitantes. No entanto, o seu silêncio bucólico e as suas cores intensas, constituídas por vários tons de verde, pelo azul do mar e pelo preto das rochas, fundem-se numa arrebatadora viagem de sentidos.
São Miguel é a mais conhecida e a mais turística das Ilhas dos Açores. Mas vamos nos concentrar apenas no Pico.
Madalena e a observação das baleias e golfinhos
Chegámos de manhã à Ilha do Pico de barco, desembarcando na vila da Madalena. Após sete anos desde a última visita, notei que a vila está mais desenvolvida, mantendo, contudo, o seu charme pitoresco com vistas deslumbrantes para o Faial. Junto ao porto, diversas empresas oferecem passeios de observação de baleias e golfinhos. Estas excursões, realizadas em barcos semirrígidos ou embarcações maiores, proporcionam uma experiência única de contacto com a vida marinha.
Qualquer uma das empresas o irá proporcionar um passeio interessante. No início da experiência é feita uma apresentação do que se poderá encontrar e será desmistificado algumas ideias sobre o que se pode observar. As baleias ou os Cachalotes apenas mostram o seu dorso por breves instantes. Quando mergulham mostram a sua barbatana. Além dos Cachalotes, pode-se observar ainda várias espécies de golfinhos. O passeio decorre ao largo da Madalena e facilmente se consegue ter vários avistamentos.
O Vinho e São Roque do Pico
Durante a tarde exploramos a Paisagem Protegida da Vinha da Ilha do Pico, classificada pela UNESCO. Entre a Madalena e a Areia Larga, é possível realizar um passeio pedestre pela paisagem natural e visitar a Cooperativa Vitivinícola da Ilha do Pico. Optámos por percorrer as estradas costeiras entre a Madalena e São Roque do Pico, descobrindo não apenas as vinhas, mas também pequenas localidades e piscinas naturais formadas nas rochas vulcânicas.
Partimos da Madalena rumo à costa norte da Ilha do Pico, passando pela zona da Barca e pelo icónico Cella Bar, uma obra-prima da arquitetura contemporânea que vale a pena visitar, não só pelo design, mas também pela pequena e acolhedora praia nas proximidades.
Ao longo do trajeto, a paisagem é dominada pela impressionante rocha vulcânica negra, com o mar de um lado e as famosas vinhas do Pico, do outro. A estrada serpenteia por entre formações geológicas únicas e revela uma sucessão de piscinas naturais escavadas nas rochas, ideais para uma pausa refrescante nos dias mais quentes.
Pelo caminho, cruzamos várias pequenas aldeias e lugares típicos da ilha, onde o tempo parece passar mais devagar. Um dos pontos obrigatórios é o Cachorro, conhecido pela curiosa formação rochosa que se assemelha à cabeça de um cão — e que dá nome à localidade. Aqui, as formações vulcânicas junto ao mar oferecem um cenário dramático e imperdível para os amantes da fotografia e da geologia.
O percurso segue até São Roque do Pico, uma vila cheia de história e tradição, com diversos locais de interesse. Continuando pela estrada costeira, chegamos à freguesia da Prainha, onde se encontra um dos Parques Florestais mais bonitos da ilha. Este espaço verde é perfeito para um passeio em família, com casas típicas, parque infantil, áreas de merendas, miradouros com vistas incríveis sobre a ilha de São Jorge e até alguns animais para encantar os mais pequenos.
O Cella Bar situa-se na Barca e tem uma pequena esplanada onde se pode deslumbrar o pôr do sol sobre o Faial e claro, um bom vinho dos Açores.
No Lajido pode visitar o Centro de Interpretação da Paisagem da Cultura da Vinha da ilha do Pico.
Nos Arcos e em São Roque encontra algumas das muitas pequenas piscinas naturais.
Em São Roque pode visitar o Museu da Indústria Baleeira.

Lajes do Pico
No segundo dia do nosso passeio, seguimos rumo ao sul da Ilha do Pico, com destino às encantadoras Lajes do Pico, uma vila cheia de história e tradições ligadas à caça à baleia.
Logo à saída da Madalena, fizemos a primeira paragem na impressionante Gruta das Torres, o maior tubo lávico de Portugal, com 5.150 metros de comprimento. Apesar de ser frequentemente chamada de gruta, trata-se, na verdade, de um túnel vulcânico formado por lava, onde é possível observar estalactites, estalagmites e outras formações geológicas fascinantes. A visita é guiada e revela os segredos do interior da terra.
De volta à estrada, continuámos em direção a São Mateus, com uma paragem obrigatória na Reserva Florestal de Recreio do Mistério de São João. Este parque de merendas está situado numa zona de origem vulcânica mais recente. Os chamados “Mistérios” do Pico são áreas onde o solo foi moldado por erupções recentes, criando paisagens de lava solidificada de um negro intenso e impressionante. Este espaço é ideal para uma pausa rodeada pela natureza e vistas sobre a costa.
Ao chegar às Lajes do Pico, recomendamos um passeio tranquilo pelas ruas da vila, que conserva o seu charme tradicional. Um dos destaques é o Museu dos Baleeiros, localizado numa antiga casa de botes, onde pode conhecer a fundo o passado baleeiro da ilha, através de objetos, fotografias e testemunhos.
Hoje em dia, Lajes é também um dos principais pontos de partida para passeios de observação de baleias e golfinhos, uma atividade que se tornou símbolo do turismo sustentável nos Açores.
Para terminar o dia em grande, nada melhor do que um mergulho na Baía do Castelete, uma das piscinas naturais mais emblemáticas da vila. E para o jantar, encontrará várias opções acolhedoras com pratos típicos da gastronomia local, perfeitos para repor energias depois de um dia de descoberta.

Durante o verão recomendo a reserva nos restaurantes das refeições. Parece-me ser uma prática comum nos Açores e dada a pouca oferta em algumas ilhas é mesmo recomendável.
Em São Mateus faça o percurso à beira-mar até à Ponta alta na Prainha do Galeão.
Subida ao Pico e Zona Central da Ilha
O terceiro dia foi reservado para uma das experiências mais desafiantes e memoráveis deste roteiro: a subida à Montanha do Pico, o ponto mais alto de Portugal, com 2.351 metros de altitude. Tivemos a sorte de acordar com um céu limpo e praticamente sem nuvens, o que é raro nesta ilha onde o clima muda rapidamente.
Optámos por fazer a subida acompanhados por guias certificados — uma decisão acertada, sobretudo porque o número de visitantes que podem estar simultaneamente na montanha é limitado. Fomos informados de que, por volta das 5h da manhã, já tinham esgotado todas as vagas disponíveis para subir sem guia. Por isso, a Casa da Montanha, onde se fazem os registos e se obtém a autorização de subida, estava repleta de pessoas à espera que outros descessem para poderem entrar.
Após as apresentações com o guia e o grupo, iniciámos a caminhada. O trilho começa com uma escadaria e, a partir daí, o caminho transforma-se num autêntico desafio físico, com piso rochoso irregular e constante inclinação. É um percurso exigente, mas que compensa cada esforço, graças à paisagem imponente que nos rodeia.
Ao longo do trajeto, passamos por 47 marcos numerados, que orientam os afentureiros e ajudam a manter o percurso. À medida que subimos, a temperatura desce e o clima torna-se mais imprevisível — por isso, é essencial levar roupa adequada. No nosso caso, o bom tempo manteve-se e permitiu-nos desfrutar de vistas incríveis sobre a ilha e o Oceano Atlântico.
Ao chegar à cratera, é tempo de repousar, apreciar o silêncio da montanha e tirar fotografias. Para os mais aventureiros, o desafio final é subir até ao Piquinho, o verdadeiro cume da montanha, onde a sensação de conquista é indescritível e onde ainda se sente o calor do vulcão, pelas pequenas chaminés.
A descida, embora menos exigente em termos de fôlego, requer atenção redobrada devido à inclinação e ao terreno irregular. No total, esta aventura ocupou praticamente o dia inteiro, deixando-nos de coração cheio e com a certeza de termos vivido um dos momentos mais marcantes da viagem.

Voltados à Casa da Montanha demos ainda um passeio pela zona central da ilha. Visitamos as pequenas lagoas ai existentes como a Lagoa do Capitão e a Lagoa do Caiado. Há mais mas não tivemos a oportunidade de as visitar.
Para subir ao Pico, deve levar calçado e roupa apropriada. O percurso pode ser escorregadio e o tempo é bastante instável. Leve muito protetor solar.
O tempo é muito instável e por isso vá bem preparado.
Ponta da ilha
No último dia da nossa aventura pela Ilha do Pico, decidimos explorar o extremo oriental da ilha — uma zona menos visitada, mas repleta de encanto natural. Saindo das Lajes do Pico, seguimos em direção ao Farol da Ponta da Ilha, com uma paragem especial num dos locais que mais nos ficou na memória.
Antes de chegar ao farol, não deixe de visitar a pitoresca Calheta do Nesquim, uma aldeia costeira cheia de tradições marítimas. A descida até à Poça das Mujas, uma piscina natural escondida entre as rochas, é obrigatória. Este pequeno paraíso é perfeito para um mergulho tranquilo: a água é tão límpida que se tem a sensação de nadar dentro de um aquário, rodeado por peixinhos. Para os mais novos (e não só!), há um escorrega integrado nas rochas que garante diversão extra. A zona conta ainda com um apoio de praia onde é possível petiscar ou almoçar com vista para o Atlântico.
Para encerrar o dia, seguimos pela estrada costeira em direção ao Farol da Ponta da Ilha, atravessando uma paisagem marcada pela lava negra solidificada, típica dos terrenos vulcânicos do Pico. O contraste entre o negro da rocha e o azul profundo do oceano cria um cenário simplesmente inesquecível.
Com o coração cheio de boas memórias e a câmara repleta de fotografias, chegou a hora de regressar. Arrumámos as malas e seguimos para o aeroporto para apanhar os característicos aviões da SATA com destino à ilha de São Miguel, levando connosco a certeza de que o Pico é um lugar para voltar.
Mapa da Ilha do Pico
Veja aqui a continuação do roteiro com a ilha de São Miguel.
Perguntas Frequentes sobre a Ilha do Pico (FAQ)
Hotéis populares na Ilha do Pico
O que levar na Mala
Depende muito da altura do ano da viagem. Mas se for entre a primavera e o verão é indespensável levar o seguinte:
- Roupa leve e impermeável;
- Botas de caminhada;
- Protetor solar e chapéu;
- Bikini e fato de banho;
- Uma roupa mais quente para os dias mais nublados e para as saídas de barco.
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